Estamos bastante longe, Jennifer, os meses nos separam sem dor. A saudade é bem-vinda e a ausência é cabível. Tenho estado acordada demais nos últimos dias, ou anos, não sei. Quase sei dizer sobre o futuro, leio minhas mãos nos fins de semana. O presente apenas me distrai com convicções momentâneas. Tenho dançado pouco ou quase nada, a solidão tem me feito bem durante a madrugada. Em que será que pensa você agora, Jennifer? Será que ainda tem os mesmos olhos tardios? Suspeito que tenha vontade de gritar em outra língua para que entendam sua coerência.Grite, Jennifer, eu ouvirei daqui. Quando você voltar vou lhe dizer as mesmas coisas e você há de se assustar, você sempre se assusta em vão. Acho graça em seu pavor infantil, seu desespero me acalma. Não se preocupe comigo Jennifer, estou aqui a me perder em qualidades duvidosas. Minhas novidades são íntimas demais para que eu possa lhe dizer em publico, confessarei depois. Estamos sós no mundo, Jennifer, você sabe disso, não? E você sabe o quanto isso pode ser bom, não sabe? Que bom que o mundo é grande, que bom. Você entende agora como são inúteis os lamentos? Suspire, Jennifer, você está no topo do mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário