Minha memória abriga êxtases e estupidez. Diariamente sinto um sopro, acumulo segredos inconfessáveis, coleciono arrepios e sentimentos vis. Meus cabelos tratam de esconder o que não esqueci; embelezando vergonhas, espantos e algumas ruas que não esqueço. Disfarço bem. Encho meus olhos de graça e engano os inquisidores. Esconder-se é quase erótico. As mentiras que conto me assanham, preparam minhas pernas para um ardor iminente. A verdade amortece meu corpo disposto e minha boca quase não abre. Prefiro o langor de uma ilusão.
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