21/05/2008

para mim

Quero me assustar, me assoberbar e ir embora. Me canso fácil, enjôo. A vida se repete, me persegue sem novidades.
Quero o que ainda não existe, quero a descoberta desobediente e incabível. Atropelem-me por favor, pisoteiem meu coração e derramem sobre mim um amor exausto e incansável. Esfreguem-me na cara o que ainda não vi, acabem de uma vez com essa minha falta de espanto. Quero o terror agradável de uma ternura inquieta e verossímel, quero queimar-me numa rua estreita e sem saída.

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