28/01/2013

do tamanho do amor


apagaram as luzes da casa que era a nossa e encostaram a porta sem promessa de volta. o amor me enforcou e infelizmente não morri. cheguei atrasada demais e então penso no que me ensinaram sobre a esperança, minha companhia vazia de agora. o silêncio do quarto e a televisão desligada pra sempre. a parede recém pintada de branco, a janela quebrada de raiva guardada e um chão inteiro pra me servir de buraco.  não existe tortura maior do que a culpa de ter oferecido felicidade em doses erradas. a dor divide a casa comigo e não me faz perguntas, apenas me julga e acusa. não quero dormir nunca mais pra poder esperar você chegar de repente, no meu corpo, falando coisas bobas baixinho em meu ouvido, afastando meus cabelos pra poder dizer melhor. nada está morto até estar, por isso não descanso de acreditar, pois, quando lembro, dou risadas felizes e fico alegre por alguns segundos. depois o medo volta e permanece a maior parte do tempo. a realidade de agora tem o tamanho do amor.

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