24/07/2010

as coisas não têm paz

não posso calcular o número de vezes que já me arrependi pelos mesmos motivos. sinto muito em ser uma pessoa que pouco aprende com o que de errado experimenta. me arrependo e me torturo, grito dentro e fora de mim e, depois, faço tudo de novo. igual e pior. sou uma novidade aterradora para mim mesma, um desastre correndo o risco eterno de quem nunca teve medo e defende uma coragem perigosa e inadequada. eu errei de propósito e se ainda estou aqui é porque tenho sorte, muita sorte. queria agora entrar num sono profundo e não despertar por dias, gostaria de aprender alguma coisa importante enquanto dormisse, gostaria muito de ser uma cabeça coerente; mas não sei me comportar de forma razoável por muito tempo. sinto vergonha de minha falta de inteligência neste sentido, principalmente porque, em dias assim, meus desejos são sombrios e tudo o que houve até então perde seu significado e se transforma num lodo sem razão. tudo se mistura se tornando ruim, sem sombra de bondade. num dia faço promessas edificantes, no outro ajo como se nunca tivesse acreditado ou apostado em mim. é um inferno ingrato repleto de dor e maldade. alguém me arranque daqui, por favor, estou pedindo verdadeiramente. preciso admitir que na solidão não vou conseguir, já tentei, não deu certo. preciso de motivos pesados e convincentes, senão nunca vou me tornar a pessoa que planejei e que, por preguiça e escassez, nunca cheguei a tentar ser realmente.

Um comentário:

Juliana disse...

Seus textos são os mais coerentes dentro da incoerência...eu viajo com você, sinto as mesmas coIsas, parece até que estou sendo psicografada, mas isso não seria possível porque estou viva!!!! Adoro suas ideias malucas e absolutas...inspiradora!!!